sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Quem era Salvador...

Salvador, minha terra!


Sempre tive muito orgulho da minha cidade, do meu estado, a Bahia. Orgulho por ser uma cidade linda, tranquila, cheia de riquezas, de coisas boas, de energia boa. Sempre falei com orgulho para que fosse de fora: eu sou baiana, sou de Salvador.
E meu orgulho maior era de saber que existia violência evidente em todo o Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo... E que aqui existia, lógico, mas que era bem menos... Era um lugar bacana de se viver, onde reinava a paz.

Quando pensava assim, eu tinha apenas 14 anos de idade. Por aí. Claro que eu fantasiava um pouco, mas que há 10 anos Salvador era um lugar tranquilo, era.
Hoje, com 24 anos no lombo, vivo uma desilusão amorosa pela minha própria cidade, a quem eu sempre tive muito apreço.

Salvador está entregue. E aí uma das primeiras coisas que eu penso é na política. Fui ao dicionário pra saber, de fato, o que é a politica. Vamos lá:


Política 
(grego politiká, assuntos públicos, ciência política) 
s. f.
1. Ciência do governo das nações.
2. Arte de regular as relações de um Estado com os outros Estados.
3. Sistema particular de um governo.
4. Tratado de política.
5. [Figurado]  Modo de haver-se, em assuntos particulares, a fim de obter o que se deseja.
6. Esperteza, finura, maquiavelismo.
7. Cerimónia, cortesia, civilidade, urbanidade.
(Fonte: www.priberan.pt)

Pois bem: a política se caracteriza como a ciência do governo das nações. Ou seja, política é poder. Ok. Mas política não é governo. Pelo menos aqui em Salvador, a política não governa coisa nenhuma. Salvador está desgovernada, literalmente.

Salvador está entregue às traças. Policiais militares em greve, reivindicando (de uma forma errada, talvez) por melhores salários, pela igualdade. Porque que os policiais de Brasília não fazem greve? Porque são os mais bem pagos do Brasil. Por isso que muita gente estuda pra passar nos concursos para para serem policiais de lá. Agora, é certo isso? Essa desigualdade é justa? Não. A (in) segurança pública é desigual. E isso é fato.

Salvador e Região Metropolitana é palco da violência do tráfico, que cresceu desparadamente nos últimos anos. Chacinas, mortes... Todo fim de semana, em média, mais de vintes pessoas partem dessa para uma melhor. Ou não. Nem dentro de sua própria casa se tem segurança, pois de repente, você pode ser vítima de uma bala perdida, ou então ladrões podem invadir sua casa e levarem tudo que é seu. Ou até mesmo, você caminhando livremente em seu bairro ou então voltando do trabalho pra casa e de repente tem seus pertences roubados... É... O bicho tá pegando. Aliás, já pegou há muito tempo.

As condições de saúde pública são cada vez piores, decadentes. As pessoas são tratadas como lixo, como objetos descartáveis. A eduação pública deixa a desejar. Os pontos turísticos de Salvador estão entregues. O Pelourinho só fede a mijo... As praias, uma imundice, contaminadas, poluídas, sujas. Nas ruas, buracos e crateras que não tem mais tamanho. Você paga um IPVA caríssimo para ter péssimas condições nas vias. E o prejuízo do seu carro quem paga é você. Os impostos quem paga também é você. Até uma goma de mascar que você compra, paga imposto. O cidadão é cobrado o tempo todo, até pra respirar. O cidadão trabalhador anda com medo nas ruas. Uma pena, ele não tem mais o direito de ir e vir. É lamentável.

Essa é a cidade que vivemos. Esse é o país que habitamos. Essa é a "política" que a gente vê. Essa farsa. E como cita o próprio dicionário: "6. Esperteza, finura, maquiavelismo." 

O que nos resta é ter fé! Pedir proteção, sabedoria, calma e paciência para o que poderá acontecer lá na frente. E fazer a nossa parte pra, talvez, consigamos viver melhor.




Um comentário:

Renata Fonseca disse...

Jessica querida sinto a mesma coisa. Ano passado fui para o São Paulo para o show do U2 e Rio para o Rok in Rio e percebi de maneira muito clara que a população faz toda a diferença. Não tirando é claro as responsabilidades dos governantes.
Aqui em Salvador (não sei no resto da Bahia) tenho a impressão de descontrole, ninguém respeita ninguém. Em São Paulo peguei uma fila enorme para pegar o ônibus que ia para outro aeroporto, ninguém furou fila, niguém ficou dando chilique simplemente espraram a sua vez de entrar. Imagine se fosse aqui?

Acho que precisamos antes de tudo AMAR a nossa cidade que é tão linda! Cuidar e zelar por ela. Sermos mais civilizados, educados, ser menos permissivos, respeitar o nosso trabalho, as pessoas.

O problema que são poucas as pessoas que AMAM e querem cuidar de Salvador. Uma pena, mas a esperança é a última que morre.

Bjus